Tem parabólica? Veja se você tem direito ao kit digital contra apagão da TV
MUDANÇAS A PARTIR DE JUNHO
Quem depende de uma antena parabólica para ver TV aberta precisa ficar atento. Hoje, segundo o Ministério das Comunicações, essa é a realidade em cerca de 20 milhões de lares brasileiros, que recebem gratuitamente o sinal analógico via satélite das emissoras pela chamada banda C. Mas, a partir de 30 de junho, terá início o chamado apagão analógico, com a migração desse tipo de transmissão, que passará a ser digital, para a banda Ku.
Quando o sinal analógico for desligado na sua cidade, a antena parabólica grande que você tem em casa não servirá para nada. Se quiser continuar a ver TV aberta, será necessário adquirir um conversor digital e uma miniparabólica, parecida com a da Sky e de outros serviços de TV por assinatura via satélite, que já utilizam a banda Ku em suas transmissões.
Mas nem todos pagarão pelos equipamentos. Segundo Otávio Caixeta, diretor de Inovação, Regulamentação e Fiscalização do Ministério das Comunicações, cerca de 8,9 milhões de famílias que recebem sinal de TV pela parabólica e estão inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal receberão gratuitamente kits com conversor digital e miniparabólica, além da instalação. “O investimento previsto é de R$ 3 bilhões”, afirma.
Os demais precisarão adquirir o kit por conta própria. “Ainda não dá para calcular o preço desses produtos porque faltam definir os padrões de transmissão”, diz. “Além disso, as 9 milhões de unidades encomendadas pelo governo farão os custos de produção caírem.” Em uma pesquisa on-line, o Notícias da TV encontrou conversores digitais sendo vendidos por R$ 96, e miniparabólicas da TV paga custando a partir de R$ 145.
Como na implantação da TV digital, o desligamento do sinal analógico das parabólicas com a migração para a banda Ku vai respeitar um calendário de cidades, começando pelas maiores, e levará anos para ser concluído. “Vamos iniciar pelas capitais e o Distrito Federal a partir de 30 de junho; no início de 2023, será a vez dos municípios com mais de 500 mil habitantes, e assim por diante”, conta Caixeta. A previsão é encerrar a migração até 2026.
Divulgada em 2019, a mais recente pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) sobre a distribuição das parabólicas apontava que 27% dos domicílios brasileiros tinha uma antena desse tipo. A campeã era a região Nordeste, onde marcava presença em 40,9% dos lares. Em seguida, vinham a região Norte, com 38,6%, e Centro-Oeste, com 30%. Sul e Sudeste tinham 25% e 17,3%, respectivamente.
Livre para o 5G
A migração do sinal das parabólicas para a banda Ku permitirá liberar a banda C para a telefonia 5G, que deve oferecer internet de alta velocidade para as principais capitais brasileiras ainda no primeiro semestre de 2022. Em testes realizados pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), em conjunto com as operadoras, o uso compartilhado da banda C pelas duas tecnologias não mostrou ser uma boa ideia.
“As interferências inviabilizam a recepção do sinal analógico pelas parabólicas”, afirma Caixeta. Segundo ele, a principal vantagem da mudança do sinal das parabólicas para a banda Ku está na melhor qualidade da imagem, que deixa de ser analógica para se tornar digital, permitindo transmissões em alta definição. “Essa é uma decisão de cada emissora, mas deve ser o caminho natural”, diz ele.
Fonte: Notíciasdatv.uol.com.br