LUCIANO

COLUNA – O problema da educação é só falta de investimento?

O problema da educação é só falta de investimento?

A educação brasileira tem solução? Bom, depende. Palavra essa muito utilizada na hora de falarmos com o produtor rural sobre a situação de sua lavoura. Como eu acho extremamente difícil responder ela, podemos fazer um passeio no Brasil ainda colônia de Portugal, mas, por que uma volta tão distante? Simplesmente porque seria impossível compreender alguns mecanismos sem entender o passado.

O responsável por trazer uma perspectiva de educação baseada em princípios filosóficos e científicos foi o Marquês de Pombal, grande entusiasta do iluminismo e digamos, revolucionário (nada novo debaixo do sol, hein? Geração de mine revolucionários? temos) para além de um homem de peruca, foi uma das personalidades políticas mais nefastas da história portuguesa e brasileira, e sua atuação no século XVIII criou o primeiro “ismo”. Uma de suas lutas mais conhecidas foi travada contra jesuítas, esses responsáveis pelo ensino. E assim, seguiu… Hoje somos resultados de um modelo educacional pombaliano, onde a tentativa era trazer o cientifico, porém, caiu nas mãos do estado e aí meu amigo, bom, sabe no que deu.

“Falando no Estado”…

Justificando o título desse papper, trarei uma notícia não tão distante, onde foram desviados 250 milhões de reais da EDUCAÇÃO para pagar advogados, é isso mesmo! Essa é a conclusão de um relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) que fiscaliza recursos do FUNDEF, o antigo FUNDEB.

(…) refrescando sua memória.

O FUNDEF, fundo de manutenção e desenvolvimento do ensino fundamental foi um programa para estimular a educação de municípios entre 1996-2006, funcionando assim: O governo repassa para capacitação de professores e investimento na infraestrutura das escolas!

Contudo, houve um ERRO nos cálculos do valor anual por alunos e alguns municípios entraram na justiça. Em diversas instancias a União foi condenada ao pagamento de valores entre os anos 1998 -2006, montante esse que já somava mais de 90 milhões, como a dona União não pode fazer TED para conta dos municípios eles receberam precatórios, que é o reconhecimento judicial de uma dívida da união.

O governo, que é um cara bem legal, diz: sei que devo, mas vou pagar de meu jeito, tudo bem para vocês? O pagamento demora anos, pois o precatório deve respeitar o orçamento. Tudo ok, agora era só esperar o dinheiro cair na conta! Obvio que não, né?

Houve um desentendimento em como esse dinheiro poderia ser gasto. Os municípios juravam que poderia utilizar a grana de maneira que bem entendessem e não seriam obrigados a investir em educação. Quem entende um pouquinho do Brasil, já sabe que aqui até o passado é incerto, hein?

Em 2017, o STF (a coisa mais moral que existe no Brasil. Bem sei!) decidiu que a união deveria pagar o dinheiro as prefeituras, mas essa verba era para uso EXCLUSIVO na EDUCAÇÃO. Gloria a Deux!!! Não se anime, meu filho.

Bom, vamos ver agora o que o TCU encontrou investigando o caminho dessa bolada (12 Estados e Municípios), usada exclusivamente para termos uma educação de qualidade, subirmos os índices do IDEB, PISA e tudo mais, nada novo debaixo do sol brasileiro, os achados foram coisas bem básica, digna de TODA família brasileira: Caminhonetes Hillux, L200 Triton, Nissan, uso em pagamento de salários de seguranças publica, Contadores, Parque de vaqueijada, Iluminação pública e ADVOGADOS.

É inacreditável que um dinheiro destinado a redução de desigualdade da educação básica seja objeto de gastos segundo a vaidade de gestores.

Assim, urge o questionamento: O problema é a falta dinheiro?

Pense nisso, meus caros!
NOTA IMPORTANTE: “Esse texto não reflete opiniões locais”!

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